BioSmart é destaque no Boletim do Tecpar
12.01.09

Boletim do Instituto de Tecnologia do Paraná - Tecpar

Aparelho que monitora movimentos é fabricado
por empresa incubada.

Ano 9 - no 220 - 10 de outubro de 2008

Um aparelho pequeno e sem fios, simples de usar, que facilita o trabalho de fisioterapeutas e esportistas, dentre outros, e que, principalmente, melhora a aplicação de terapias físicas de reabilitação é o primeiro produto da BioSmart – Sistemas Avançados de Reabilitação, uma empresa sediada na Incubadora Tecnológica de Curitiba (Intec) do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar). O BioFeed – Monitoramento de Movimentos Humanos, como é chamado o aparelho, já é comercializado e deve ser o primeiro de uma série de equipamentos fabricados pela empresa.

“O aparelho é uma ferramenta para avaliar o paciente e definir e acompanhar o tratamento”, explica o mestre em engenharia biomédica Leonardo Rodrigues, o qual, depois de sofrer um acidente que o deixou tetraplégico, mudou o rumo da pesquisa inicial do mestrado que cursava. Foi um longo caminho até chegar ao reconhecimento do produto, inclusive pelo mercado internacional – o trabalho desenvolvido no curso foi o único da América Latina selecionado para apresentação com palestra em um congresso realizado em Viena, em 2004, e que ajudou a abrir portas para o pesquisador. “Existe uma grande diferença entre o projeto acadêmico e o comercial”, conta Rodrigues. Ele acredita
que gostar de desafios e não ter medo de assumir riscos foi o que o ajudou a não desistir do projeto. “Tudo começou a dar certo após a definição de um plano de negócios, já na Intec”, completa. Depois de dois anos e meio de a empresa estar incubada, os avanços ainda surpreendem o pesquisador, que recentemente alcançou o 3o lugar no
prêmio Ozires Silva na categoria Novos Empreendedores e tem recebido convites para apresentar o trabalho na Europa. “É gratificante ver os resultados e o reconhecimento”, avalia.

Vantagens e funcionamento

De acordo com Rodrigues, a diferença entre o BioFeed e modelos similares existentes é que ele permite mobilidade ao paciente, pois não tem fios, e é operado facilmente pelo profissional da área de saúde. “Os sensores comunicam-se com o computador por radiofreqüência, dispensando fios para conexão, e medem a inclinação de um membro em relação ao solo e o grau de abertura de uma articulação. Os dados fornecidos são lidos por um software gráfico que possibilita acompanhar em tempo real os movimentos do paciente”, explica.

Estudo de caso

A fisioterapeuta Alessandra Cortés avaliou o equipamento utilizando-o em uma paciente da Associação Paranaense de Portadores de Parkinsonismo, durante quatro semanas. “Com o uso do equipamento, a paciente pôde acompanhar o movimento que ela executava, facilitando o tratamento”, explica Alessandra, que agora vai fazer um estudo da avaliação angular. No início dos testes, a fisioterapeuta considerava que o aparelho servia apenas para acompanhar o tratamento e depois concluiu que pode ser também um instrumento de avaliação. De acordo com a profissional, o aparelho tem grande utilização em diferentes especialidades, como fisioterapia, terapia ocupacional ou educação física. “É motivador para a pessoa que está utilizando, bem como para o profissional. Temos bons resultados até esse momento do teste”, conclui.

• Veja a versão em PDF da reportagem.

Leia Mais

• Últimas notícias
• Produtos